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Prática filantrópica no Brasil e nos EUA é tema de tese

As elites têm uma preocupação moral com a pobreza e com a desigualdade social. Uma das formas de se dirigir a essas questões é a prática filantrópica que protagonizam. Na pesquisa intitulada “Filantropia e Investimento Social Privado nos Estados Unidos e no Brasil: redes transnacionais de governança econômica", a antropóloga Patricia Kunrath Silva, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explora as filantropias de elite praticadas nesses dois países a partir das vertentes do filantrocapitalismo e da filantropia progressista e/ou de justiça social. O trabalho será apresentado à banca examinadora no final deste mês.

De acordo com a doutoranda, membro do Grupo de Antropologia da Economia e da Política (GAEP), foi questão chave em sua pesquisa compreender a razão pela qual se doa tanto nos Estados Unidos, "o cenário ideal da filantropia global", e não no Brasil. Patrícia chama a atenção para a complexidade do seu campo de pesquisa, pois envolve distintos modelos de colonização, a centralidade do ethos protestante nos Estados Unidos e do católico no Brasil, as relações das sociedades civis e os Estados e os modelos de democracia implementados nos dois países. Recorrendo à formação histórica das duas nações, a autora destaca o fato de a filantropia ser entendida como “parte do DNA estadunidense”, em uma lógica democrática associativista com distanciamento do governo em um Estado mínimo e de matriz protestante. No Brasil, observa Patricia, a centralidade do papel do Estado, mesmo na noção de cidadania, levou à concepção do termo Filantroestatismo para fenômenos emergentes como o Investimento Social Privado como modos de governança econômica.

A defesa da tese será no dia 27 de junho, às 14h, no Miniauditório do IFCH, no Campus do Vale. O trabalho contou com orientação do professor Dr. Ruben George Oliven e será avaliado por uma banca examinadora formada pela Dra. Patrice Schuch (PPGAS/UFRGS), pelo Dr. Antonio David Cattani (PPGS/UFRGS) e pela Dra. Lúcia Helena Alves Müller (PUCRS).


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