top of page

Cenas de um mercado de pulgas

Adentro a Feira de Tristán Narvaja, em Montevidéu, num domingo, por volta das 11h. Saudações, gracejos, queixas, celulares, latidos. Cheiros de incenso e de couro. A feira se ramifica. Vai longe. Nas adjacências, as bancas são poucas, a mercadoria é esparramada, escala muros e fachadas. Sapatos a preço de banana. Olhares fixos em recuerdos. A Celeste está em cena. Passo pelo artista: “Por una cabeza/todas las locuras/su boca que besa/borra la tristeza/calma la amargura”. Antiguidades e velharias conformam o cenário e oferecem a melhor vista para o passado. Falam sobre lugares, ligam-se às experiências e integram a paisagem vivida. Imagens circulam nas memórias. Tropeço em cabeças. O coelhinho está exausto, sua pilha acabou. Hola, Mickey! O que é isso? Um relógio. E aquilo? Não faço ideia.

Este ensaio fotográfico integra uma coleção de imagens de caminhadas etnográficas em mercados e feiras.


bottom of page